Pílula anticoncepcional: da revolução sexual às dúvidas e polêmicas.
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Foto: Kwangmoozaa/ShutterStock.com |
Aprovada em 1960 pela FDA, órgão norte-americano que controla os medicamentos, a pílula anticoncepcional foi fundamental na emancipação feminina e na revolução sexual, ao mesmo tempo que era duramente criticada quanto aos critérios de segurança para a aprovação da fórmula.
A pílula anticoncepcional que conhecemos hoje nasceu de um medicamento voltado aos distúrbios da menstruação: o Enovid. A sua bula trazia como uma das advertências a suspensão temporária da fertilidade e, logo, o que era um efeito colateral se tornou o principal motivo para o uso do medicamento. Entre 1957 e 1960 cerca de 500 mil mulheres recorrem ao Enovid.
O que é a pílula anticoncepcional?
A pílula anticoncepcional é um comprimido que tem em sua base a utilização de hormônios e inibe a ovulação. Ela também torna a mucosa que cobre o interior do útero menos atraente para os espermatozoides, impedindo a penetração deles na cavidade uterina.
Há hoje no mercado, dois tipos de pílulas: as combinadas e as minipílulas. As combinadas com os hormônios sintéticos da progesterona e do estrogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher e as minipílulas que contém apenas um hormônio, a progesterona, e são indicadas para quem apresenta efeitos colaterais com outros tipos de pílula.
Dentre as combinadas estão as: monofásicas, bifásicas ou trifásicas. O que as diferencia é se a dose hormonal varia ou não ao longo da cartela.
Os testes da pílula
Segundo um artigo publicado no jornal The Washington Post, os testes realizados são "um dos capítulos mais controversos - e raramente discutidos - da história de uma droga que simboliza a libertação das mulheres".
Para que a eficacia do medicamento fosse comprovada, os médicos precisavam aumentar a escala de testes. Isso não seria possível nos Estados Unidos, devido à barreiras legais. A solução foi voltar o experimento para Porto Rico, ilha caribenha que, desde 1950, é um Estado livre associado dos Estado Unidos. Superpopulosa e ausente de leis que proibissem contraceptivos, Porto Rico era mais do que propícia aos cientistas.
Em 1956, mais de 200 mulheres porto-riquenhas foram testadas, muitas delas já com uma grande quantidade de filhos, dispunham de poucos ou nenhum método contraceptivo. Elas receberam altas doses hormonais sob quase nenhuma informação sobre o experimento. Muitos dos efeitos colaterais informados por elas foram desconsiderados pelos médicos.
Os testes duraram de 1956 a 1964. 1500 mulheres participaram do experimento, 3 delas morreram, mas como não feita autópsia não é possível confirmar se a morte delas estava ligada ao uso da pílula.
A pílula masculina
Desde a década de 1950 pesquisas para o desenvolvimento de um método contraceptivo eficaz e reversível para os homens têm sido feitas. Nos anos de 1970 o médico brasileiro Elsimar Coutinho, especialista em fertilidade e controle de natalidade, trabalhou em parceria com o governo chinês realizando testes com uma droga não hormonal chamada gossipol. Com doses diárias aplicadas em 8.806 homens chineses, a droga diminuiu a contagem masculina de esperma. Os testes continuaram até 1980 quando a pesquisa foi encerrada devido a efeitos colaterais como queda de potássio no sangue e baixa permanente de fertilidade.
Em 2016 uma pesquisa com um anticoncepcional injetável masculino foi interrompida e gerou repercussão. Após quase oito anos de pesquisa foi concluído que, apesar da eficiência de 96% compatível com a de métodos femininos, os efeitos colaterais impossibilitavam a sua liberação, entre eles: variações bruscas na libido, maior tendência a desenvolver depressão, dor excessiva no local da aplicação, acne e alterações de humor.
As pílulas anticoncepcionais femininas disponíveis no mercado causam em suas usuárias 23% mais chances de desenvolver depressão. No caso das pílulas de progestógeno esse número sobe para 34% e entre mulheres com idade entre 15 e 19 anos a taxa sobe para 70%.
"Entre 20% e 30% das mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais sofrem de depressão e têm que tomar medicação para isso. Esse estudo foi interrompido após apenas 3% dos homens relatarem sintomas do problema. É chocante". É o que afirma a professora da Universidade de Indiana (EUA) Elisabeth Lloyd à rede americana CNN.
Quais são as alternativas à pílula?
1 caso de gravidez a cada 100 usuárias:
De 6 a 9 casos de gravidez a cada 100 usuárias:
De 12 a 24 casos de gravidez a cada 100 usuárias:
28 casos de gravidez a cada 100 usuárias:
Há hoje no mercado, dois tipos de pílulas: as combinadas e as minipílulas. As combinadas com os hormônios sintéticos da progesterona e do estrogênio, semelhantes aos produzidos pelo ovário da mulher e as minipílulas que contém apenas um hormônio, a progesterona, e são indicadas para quem apresenta efeitos colaterais com outros tipos de pílula.
Dentre as combinadas estão as: monofásicas, bifásicas ou trifásicas. O que as diferencia é se a dose hormonal varia ou não ao longo da cartela.
- Monofásicas: A dose de hormônios é a mesma em todos os comprimidos da cartela.
- Bifásicas: Contém dois tipos de comprimidos com os mesmos hormônios, mas em proporções diferentes.
- Trifásicas: Contém três tipos de comprimidos com os mesmos hormônios, mas em proporções diferentes.
Os testes da pílula
Segundo um artigo publicado no jornal The Washington Post, os testes realizados são "um dos capítulos mais controversos - e raramente discutidos - da história de uma droga que simboliza a libertação das mulheres".
Para que a eficacia do medicamento fosse comprovada, os médicos precisavam aumentar a escala de testes. Isso não seria possível nos Estados Unidos, devido à barreiras legais. A solução foi voltar o experimento para Porto Rico, ilha caribenha que, desde 1950, é um Estado livre associado dos Estado Unidos. Superpopulosa e ausente de leis que proibissem contraceptivos, Porto Rico era mais do que propícia aos cientistas.
Em 1956, mais de 200 mulheres porto-riquenhas foram testadas, muitas delas já com uma grande quantidade de filhos, dispunham de poucos ou nenhum método contraceptivo. Elas receberam altas doses hormonais sob quase nenhuma informação sobre o experimento. Muitos dos efeitos colaterais informados por elas foram desconsiderados pelos médicos.
Os testes duraram de 1956 a 1964. 1500 mulheres participaram do experimento, 3 delas morreram, mas como não feita autópsia não é possível confirmar se a morte delas estava ligada ao uso da pílula.
A pílula masculina
Desde a década de 1950 pesquisas para o desenvolvimento de um método contraceptivo eficaz e reversível para os homens têm sido feitas. Nos anos de 1970 o médico brasileiro Elsimar Coutinho, especialista em fertilidade e controle de natalidade, trabalhou em parceria com o governo chinês realizando testes com uma droga não hormonal chamada gossipol. Com doses diárias aplicadas em 8.806 homens chineses, a droga diminuiu a contagem masculina de esperma. Os testes continuaram até 1980 quando a pesquisa foi encerrada devido a efeitos colaterais como queda de potássio no sangue e baixa permanente de fertilidade.
Em 2016 uma pesquisa com um anticoncepcional injetável masculino foi interrompida e gerou repercussão. Após quase oito anos de pesquisa foi concluído que, apesar da eficiência de 96% compatível com a de métodos femininos, os efeitos colaterais impossibilitavam a sua liberação, entre eles: variações bruscas na libido, maior tendência a desenvolver depressão, dor excessiva no local da aplicação, acne e alterações de humor.
As pílulas anticoncepcionais femininas disponíveis no mercado causam em suas usuárias 23% mais chances de desenvolver depressão. No caso das pílulas de progestógeno esse número sobe para 34% e entre mulheres com idade entre 15 e 19 anos a taxa sobe para 70%.
"Entre 20% e 30% das mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais sofrem de depressão e têm que tomar medicação para isso. Esse estudo foi interrompido após apenas 3% dos homens relatarem sintomas do problema. É chocante". É o que afirma a professora da Universidade de Indiana (EUA) Elisabeth Lloyd à rede americana CNN.
Quais são as alternativas à pílula?
1 caso de gravidez a cada 100 usuárias:
- DIU: é um pequeno dispositivo inserido no interior da cavidade uterina através de um procedimento relativamente simples. Existem dois tipos de DIU: o de cobre que é livre de hormônios ou o hormonal que libera o hormônio progesterona.
- Implante subcutâneo: o implante tem formato de um pequeno palito de fosforo e é implantado na parte interna do braço não dominante da mulher, logo embaixo da pele. Ele libera diariamente uma quantidade de hormônio sintético, a fim de inibir a ovulação.
- Laqueadura: é uma cirurgia para esterilização voluntária definitiva, na qual as trompas da mulher são amarradas ou cortadas, evitando que o óvulo e os espermatozoides se encontrem. Só pode ser feita em mulheres com mais de 25 anos ou com ao menos dois filhos.
De 6 a 9 casos de gravidez a cada 100 usuárias:
- Injeção hormonal: é um método contraceptivo que possui em sua fórmula a combinação de hormônios. Pode ser mensal ou trimestral e deve ser aplicada na região glútea. Ela inibe a ovulação.
- Adesivo: é um material aderente que deve ser colado na pele da mulher e permanecer na mesma posição por uma semana. Esse método contraceptivo possui em sua fórmula a combinação de dois hormônios: progestogênio e o estrogênio.
- Anel vaginal: é um pequeno anel flexível que deve ser colocado na vagina permanecendo por três semanas. Após a retirada do anel, deve-se fazer uma pausa de sete dias e um novo anel deve ser utilizado. Os hormônios liberam estrogêneo e progestagêneo, que entram na corrente sanguínea e atuam inibindo a ovulação.
De 12 a 24 casos de gravidez a cada 100 usuárias:
- Camisinha masculina e feminina: o mais popular método contraceptivo, além de prevenir a gravidez também protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
- Diafragma: o diafragma é um anel flexível envolvido por uma borracha fina, que impede a entrada dos espermatozoides no útero. Para haver o funcionamento correto do diafragma, a mulher deve colocá-lo dentro da vagina cerca de 15 a 30 minutos antes da relação, e retirá-lo 12 horas após o ato sexual. É um procedimento que não libera hormônios, funciona como uma barreira.
28 casos de gravidez a cada 100 usuárias:
- Espermicida: é um produto que pode matar ou imobilizar os espermatozoides.Pode ser em creme, géis, supositórios, sprays e espumas. Esses tipos de espermicidas devem ser introduzidos dentro da vagina antes da relação. No caso do espermicida em comprimido, deve ser ingerido 10 minutos antes do ato sexual.
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