SLIDER

Beverly Marsh, de "It", merece mais atenção

Por Amanda Leite

Sophia Lillis como Beverly Marsh. Fonte: Adoro Cinema

      Desde a estreia de “It – A Coisa” nos cinemas brasileiros, pipocaram críticas sobre o filme e a brilhante atuação das crianças. Entre elas, destaco especialmente a atriz Sophia Lillis, de apenas 15 anos, que vive uma das personagens mais interessantes da história.
       O filme se passa no ano 1989 em Derry, uma pacata cidadezinha do interior marcada por grandes acidentes e inúmeros desaparecimentos. A trama se inicia quando Georgie (Jackson Robert Scott), um garotinho simpático e irmão caçula de Billy (Jaeden Lieberher), desaparece enquanto brinca com seu barquinho de papel. A partir de então, um grupo de sete pré-adolescentes autointitulado "Clube dos Perdedores" inicia uma jornada atrás do monstro que, a cada 27 anos, sequestra dezenas de crianças.
        Logo nos primeiros minutos, conhecemos Beverly Marsh. Trancada em uma cabine do banheiro da escola, a garota com pose de rebelde ouve uma das alunas xingá-la por ter, aparentemente, trocado alguns beijos com um outro menino. Logo em seguida, chega em casa onde encontra a figura perturbadora de seu pai. Aos poucos, conhecemos melhor sua personagem e nos profundamos em uma das histórias mais densas do filme.
       Para fugir dos spoilers, resumo a atuação de Sophia Lillis como surpreendente e indispensável para o desenrolar da trama. Embora seja resumida como a "menina diferentona e carismática que se junta ao bando" (G1), com apenas 13 anos, Beverly tem uma coragem invejável e uma presença fortíssima, ainda que seja repetidamente chamada de vadia e humilhada até mesmo por adultos.
O "Clube dos Perdedores". Fonte: Divulgação
       Com um histórico mais assustador que o próprio palhaço Pennywise, que inclui abuso sexual e bullying, Beverly se desenvolve, amadurece e cativa o público com sua pegada independente. Uma garota forte que, embora fictícia, deveria ser admirada e exaltada pelo público que a prestigia. Resumi-la simplesmente como uma garota com "uma vida sexualmente ativa" (Adoro Cinema) é ignorar a profundidade que sua personagem e seu olhar carregam durante o filme. É impossível não se surpreender com suas ações e de, no fundo, não pensar: "que menina foda!".
       Muito bem dirigido por Andrés Muschietti, a nova versão do clássico de 1990 assusta e cativa na medida certa. A presença de Finn Wolfhard, de "Stranger Things", traz a leveza e o humor que completam o filme e o transforma em uma obra-prima. As cenas de terror assustam mais pela violência tão explicitamente retratada, mas são igualmente bem-feitas e aceitas pelo público.
       Diferentemente de sua versão mais antiga, o filme promete ainda uma continuação, que englobará a vida adulta dos personagens - o que, até o momento, agradou a maioria dos fãs. "It - A Coisa" já quebrou recordes apenas na sua primeira semana de estreia e com certeza marcará a história do cinema internacional.

Nenhum comentário

Postar um comentário

© O Articulista • Theme by Maira G.