Mara Castilla e o assédio em aplicativos de transporte
Por Roberta Domingues
"Desculpe pelo transtorno, mas estão nos matando" |
Mara Castilla, uma jovem mexicana de 19 anos, desapareceu em 8 de setembro após sair de uma festa na cidade de Puebla. Ela foi vista pela última vez às 5h da manhã enquanto pedia um táxi da companhia Cabify. Seu corpo foi achado anteontem (16) e Tony Gali, governador de Puebla, confirmou o assassinato da jovem em seu Twitter.
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O ocorrido
Mara saiu para uma balada com amigos na sexta-feira, dia 8 de setembro, e lá permaneceu a noite toda.
Estava voltando para casa com seus amigos quando foi abordada em uma blitz da polícia e fez o teste do bafômetro, e ficou retida no lugar. Às 5h da manhã, pediu pelo aplicativo Cabify um táxi. Mandou uma mensagem para sua irmã, Karen, avisando que estava indo para casa. Essa é a última informação que se tem de Mara.
Mara saiu para uma balada com amigos na sexta-feira, dia 8 de setembro, e lá permaneceu a noite toda.
Estava voltando para casa com seus amigos quando foi abordada em uma blitz da polícia e fez o teste do bafômetro, e ficou retida no lugar. Às 5h da manhã, pediu pelo aplicativo Cabify um táxi. Mandou uma mensagem para sua irmã, Karen, avisando que estava indo para casa. Essa é a última informação que se tem de Mara.
Investigação
Karen, ao acordar e não encontrar a irmã em casa, ligou para o motorista do Cabify, Ricardo Alexis, que afirmou que havia deixado a garota metros antes de casa. Ao estranhar o ocorrido, Karen ligou para a polícia e relatou o desaparecimento. Com a ajuda do Twitter, o caso logo ganhou repercussão nacional.
Câmeras de segurança mostram que Ricardo Alexis estacionou o carro na frente da casa de Mara por 20 minutos, mas que ninguém saiu do carro. Ele fumou um cigarro e foi embora.
Usado na investigação, o GPS do celular de Mara levou a polícia até o motel Del Sur, de onde foi reportado o sumiço de uma toalha e um lençol. Câmeras de segurança registraram o carro chegando no estabelecimento.
Em 12 de setembro, Ricardo foi detido como suspeito no desaparecimento de Mara por conta de inconsistências em seu depoimento. O Cabify forneceu as informações da viagem à polícia e cooperou com as investigações.
Às 13h do dia 16 de setembro, o corpo de Mara foi achado em uma vala enrolado num lençol, o mesmo que havia desaparecido do motel. A polícia confirmou o assassinato da garota, e Ricardo Alexis foi preso acusado de feminicídio. A perícia disse que Mara morreu no mesmo dia que foi sequestrada.
Karen, ao acordar e não encontrar a irmã em casa, ligou para o motorista do Cabify, Ricardo Alexis, que afirmou que havia deixado a garota metros antes de casa. Ao estranhar o ocorrido, Karen ligou para a polícia e relatou o desaparecimento. Com a ajuda do Twitter, o caso logo ganhou repercussão nacional.
Câmeras de segurança mostram que Ricardo Alexis estacionou o carro na frente da casa de Mara por 20 minutos, mas que ninguém saiu do carro. Ele fumou um cigarro e foi embora.
Usado na investigação, o GPS do celular de Mara levou a polícia até o motel Del Sur, de onde foi reportado o sumiço de uma toalha e um lençol. Câmeras de segurança registraram o carro chegando no estabelecimento.
Em 12 de setembro, Ricardo foi detido como suspeito no desaparecimento de Mara por conta de inconsistências em seu depoimento. O Cabify forneceu as informações da viagem à polícia e cooperou com as investigações.
Às 13h do dia 16 de setembro, o corpo de Mara foi achado em uma vala enrolado num lençol, o mesmo que havia desaparecido do motel. A polícia confirmou o assassinato da garota, e Ricardo Alexis foi preso acusado de feminicídio. A perícia disse que Mara morreu no mesmo dia que foi sequestrada.
"2017 e tenho que protestar para estar viva" |
Repercussão
Ironicamente, Mara foi uma das participantes do protesto pela morte de Lesvy Osório, agredida e morta pelo namorado em maio desse ano, também no México.
A morte de Mara Castilla levanta mais uma vez a questão do feminicídio, em especial na América do Sul. No México são registradas 7 mortes de mulheres por dia. No Brasil, 15. No primeiro semestre do ano, milhares se juntaram e protestaram por segurança, lançando a hashtag #NiUnaMenos contra o feminicídio diário nos países latino-americanos.
Diversos movimentos borbulharam pelo país. Protestos foram convocados ontem (17) na Cidade do México e outro na cidade de Puebla, onde Mara morava com a irmã.
Em meio a relatos de assédio em carros particulares de empresas como Cabify e Uber, a questão do machismo e da violência contra a mulher ressurge com extrema importância. Em outro post falamos sobre o assédio sexual nos ônibus e a impunidade do agressor. Parece que os motoristas desses aplicativos não são mais confiáveis do que o transporte público. E, mesmo quando reportados às empresas, nada é feito. Juntando com o descaso policial, muitas mulheres simplesmente não fazem nada a respeito porque se sentem desamparadas pelo sistema.
Ironicamente, Mara foi uma das participantes do protesto pela morte de Lesvy Osório, agredida e morta pelo namorado em maio desse ano, também no México.
A morte de Mara Castilla levanta mais uma vez a questão do feminicídio, em especial na América do Sul. No México são registradas 7 mortes de mulheres por dia. No Brasil, 15. No primeiro semestre do ano, milhares se juntaram e protestaram por segurança, lançando a hashtag #NiUnaMenos contra o feminicídio diário nos países latino-americanos.
Diversos movimentos borbulharam pelo país. Protestos foram convocados ontem (17) na Cidade do México e outro na cidade de Puebla, onde Mara morava com a irmã.
Em meio a relatos de assédio em carros particulares de empresas como Cabify e Uber, a questão do machismo e da violência contra a mulher ressurge com extrema importância. Em outro post falamos sobre o assédio sexual nos ônibus e a impunidade do agressor. Parece que os motoristas desses aplicativos não são mais confiáveis do que o transporte público. E, mesmo quando reportados às empresas, nada é feito. Juntando com o descaso policial, muitas mulheres simplesmente não fazem nada a respeito porque se sentem desamparadas pelo sistema.
A culpa é do Cabify?
Segundo o site Unocero, Ricardo Alexis já tinha trabalhado para outra empresa de transporte privado, o Uber. Ricardo deixou de trabalhar para a empresa por se comportar de jeito impróprio e contra os protocolos de segurança para os usuários.
Seria culpa do Cabify por não ter visto os antecedentes de Ricardo? Para se candidatar como motorista a empresa checa somente registros criminais, e Ricardo foi liberado para dirigir por não possuir nenhum. Ele foi detido pelos policiais pela morte de Mara após um mês trabalhando no Cabify.
Após o caso de Mara, o Cabify decidiu implantar no aplicativo um botão de pânico, que estará ligado ao sistema de emergência das autoridades e pode ser usado ao presenciar um comportamento ameaçador por parte dos motoristas.
As mulheres que procuram um serviço mais seguro podem baixar o aplicativo Lady Driver, semelhante ao Uber e ao Cabify, mas conta somente com motoristas mulheres.
Segundo o site Unocero, Ricardo Alexis já tinha trabalhado para outra empresa de transporte privado, o Uber. Ricardo deixou de trabalhar para a empresa por se comportar de jeito impróprio e contra os protocolos de segurança para os usuários.
Seria culpa do Cabify por não ter visto os antecedentes de Ricardo? Para se candidatar como motorista a empresa checa somente registros criminais, e Ricardo foi liberado para dirigir por não possuir nenhum. Ele foi detido pelos policiais pela morte de Mara após um mês trabalhando no Cabify.
Após o caso de Mara, o Cabify decidiu implantar no aplicativo um botão de pânico, que estará ligado ao sistema de emergência das autoridades e pode ser usado ao presenciar um comportamento ameaçador por parte dos motoristas.
As mulheres que procuram um serviço mais seguro podem baixar o aplicativo Lady Driver, semelhante ao Uber e ao Cabify, mas conta somente com motoristas mulheres.
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