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ENSAIO:"Vem pra rua, vem. Contra o racismo!"


Por Marjorie Wartanian


O dia 20 de novembro é de reflexão e luta. Dia da Consciência Negra, o feriado é uma homenagem a Zumbi dos Palmares desde 2003. Foi neste dia, em 1695 que morreu Zumbi, representante da luta dos negros no Período Colonial do Brasil e então líder do Quilombo dos Palmares. Sua morte ocorreu em combate, defendendo seu povo e se tornando ícone de resistência.


A abolição da escravatura aconteceu oficialmente em 1888, mas durante toda a história os negros lutaram contra a opressão e resistiram. Mesmo com leis contra discriminação e com 53% da população sendo negra o Brasil ainda é absolutamente racista. A maioria dos negros que chegam ao país descrevem a população da mesma forma: "Eles são violentos".


Assim, a criação do feriado é uma forma de reflexão e lembrança da história dos negros no Brasil e também mais um dia de luta contra o racismo, que ocorre incisivamente no país. Desde sua criação o feirado conta com Marchas contra o racismo e o genocídio do povo negro. A Marcha de 2017 foi a 14º  levou milhares de pessoas à Avenida Paulista mesmo com a chuva. 


O tempo nublado e a não cooperação da CET  e da Polícia Militar não impediram o acontecimento da Marcha, mas mostraram que os negros estavam dispostos a lutar contra as injustiças e massacres que vivem diariamente. Às 13h o evento oficial da Marcha fez a seguinte publicação: "(URGENTE) A *Frente Alternativa Preta* juntemente com a *Marcha da Mulheres Negras - SP* e a *Convergência Negra* comprometeram-se com a realização da *14° Marcha da Consciência Negra*, realizaram todos os procedimentos relativos às autorizações para a participação dos carros de som que nos acompanhariam durante a marcha. Todavia, a *CET*não compareceu à reunião com as representações dos movimentos, a *PM* e a *Guarda Cívil* para organizar a atividade. Foram feitas diversas tentativas de contanto com a CET, temos inclusive, o comprovantes com o número de protocolo. Neste momento, a *PM*, em virtude da "não autorização da *CET*, que se recusou ao diálogo, está impedindo a dos carros de som na Av. Paulista, local de concentração da Marcha, bem como, está dizendo que impedirá os carros de seguirem o trajeto da marcha." Mostrando que não se calariam, os presentes na Avenida Paulista fizeram com que o evento acontecesse e a Polícia e a CET começaram a fazer seu trabalho.


Por volta das 16h as pessoas começaram a andar em direção à Rua Consolação e a Marcha começou a ganhar visibilidade e grandes proporções. As pessoas chegavam dando mais peso à causa e os gritos por respeito e contra o racismo ficavam cada vez mais altos. Além da voz das pessoas a caminhada contou também com baterias em diversos pontos, elas foram delineando e dando ritmo à cada palavra.


Desde "Pelo fim da PEC 181" até "Não à redução da maioridade penal", os diversos cartazes contextualizavam o Movimento, todos com pautas importantes, mas lutando pela mesma causa: O fim do racismo.


O racismo é estrutural e herança da sociedade escravocrata. A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com o Índice de Vulnerabilidade Social Os jovens negros entre 12 e 29 anos estão mais vulneráveis ao homicídio do que os brancos com a mesma idade. Entre 2005 e 2015 o índice de mortalidade de mulheres negras subiu 22%. O racismo acontece e muitos fingem não ver, mas os dados comprovam sua existência.









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