O lado oculto da indústria pornô
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Set de filmagens em Los Angeles. Foto: Gustavo Turner |
A indústria pornográfica movimenta cerca de US$94 bilhões anualmente no mundo inteiro. A cada minuto, são gastos R$10 mil em conteúdo sexual. Com a ajuda da internet, a indústria pornô se tornou tão rentável quanto tráfico de drogas. Por mais que 43% dos internautas procurem sobre o assunto, poucos sabem o que se passa por trás das lentes.
Abuso sexual e drogas
“Depois de um ano e pouco dessa vida “glamourosa”, infelizmente descobri que drogas e bebidas faziam parte desse estilo de vida. Comecei a beber sem controle e a ir em festas — cocaína, álcool e ecstasy eram meus favoritos”, conta Andi, uma ex-atriz pornô que deixou a indústria em 2010, mas infelizmente voltou em 2014.
Quase todos os relatos de trabalhadoras sexuais envolvem drogas e abusos. Muitas contam que eram obrigadas a atuar em cenas ou com atores que não queriam, mas que acabavam por fazer por causa do dinheiro ou da pressão que seus agentes faziam sobre elas. Não é raro também que as atrizes estivessem drogadas durante as gravações para conseguir suportar as longas tomadas e abusos físicos ou verbais. “A maioria das garotas começa a chorar porque sente muita dor… Eu não conseguia respirar. Estavam me batendo e me enforcando. Eu estava muito chateada e não pararam. Continuaram filmando. Falei para que desligassem a câmera, mas não me ouviram e continuaram”, reporta Regan, outra atriz.
Shelley Lubben, ex-atriz pornô e fundadora do site Pink Cross para a ajuda de mulheres da área, estima que 70 atrizes já cometeram suicídio e pelo menos outras 230 morreram de forma trágica, como por overdose, homicídio ou DST.
"Exploração não é empoderamento" Foto: fightthenewdrug.org |
“Foi uma tortura por sete anos. Eu era miserável, solitária, e eventualmente caí nas drogas e no álcool e tentei me suicidar. Eu sabia que queria me afastar, mas não sabia como” — Jenna
A mulher como objeto sexual
Não são raros os vídeos de espancamento, sexo bruto, puxões de cabelo e afins. A maior parte dos protagonistas são homens, e parece que quanto mais violentos forem, mais competente como atores eles são. A mulher, portanto, acaba por ser abusada para que o filme seja mais excitante.
Tentando combater essa ideia, há alguns anos tem surgido uma nova vertente dessa indústria: o pornô feminista. Um entre três consumidores de pornografia é mulher, e muitas não se sentem representadas na tela. O pornô feminista chega com o objetivo de incentivar o sexo prazeroso para ambos os parceiros, estimulando a conversa e o consentimento, mostrando também o prazer feminino e não focando exclusivamente no homem.
Tentando combater essa ideia, há alguns anos tem surgido uma nova vertente dessa indústria: o pornô feminista. Um entre três consumidores de pornografia é mulher, e muitas não se sentem representadas na tela. O pornô feminista chega com o objetivo de incentivar o sexo prazeroso para ambos os parceiros, estimulando a conversa e o consentimento, mostrando também o prazer feminino e não focando exclusivamente no homem.
“Era o trabalho mais degradante, embaraçoso e horrível. Tive que filmar para um DVD interativo, o qual leva horas e horas para gravar, com uma febre de 40°C! Eu estava chorando e queria ir embora, mas meu agente não deixava; ele dizia que não podia me permitir dar um “bolo” na gravação.” — Jessi
Tráfico de pessoas e pedofilia
A pornografia que vemos diariamente e que está disponível em websites é a mais light que existe. Presente na surface web, a internet que qualquer um pode acessar, essa pornografia normalmente está dentro da lei e conta com maiores de idade que consentem com o sexo que fazem. É na deep web que se encontram os vídeos feitos com pessoas raptadas e crianças. A deep web é a camada mais profunda da internet, aquela que não aparece em sites de busca e que necessita de programas especiais para ser acessada. Por conter sites criptografados e irrastreáveis, é comumente usada para atividades ilegais, como compra e venda de armas, drogas, e tráfico de pessoas.
É na deep web que se pode encontrar vídeos perturbadores da indústria pornográfica ilegal: estupros, pedofilia, prostituição, venda de pessoas; nela são movimentados mais de US$3 bilhões de dólares anualmente, e é um dos comércios online que mais crescem no mundo. Toda a rede ilegal vale em torno de US$13 bilhões de dólares somente nos Estados Unidos. São feitas pelo menos 113 mil pesquisas diárias com o termo “pornografia infantil” na internet.
É na deep web que se pode encontrar vídeos perturbadores da indústria pornográfica ilegal: estupros, pedofilia, prostituição, venda de pessoas; nela são movimentados mais de US$3 bilhões de dólares anualmente, e é um dos comércios online que mais crescem no mundo. Toda a rede ilegal vale em torno de US$13 bilhões de dólares somente nos Estados Unidos. São feitas pelo menos 113 mil pesquisas diárias com o termo “pornografia infantil” na internet.
Fontes: Telegraph, Linkedin, Ludovica, Revista VIP, MDIG, Fight the New Drug, Covenant Eyes
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