SLIDER

Dia Internacional das Mulheres e a resistência de cada dia

As origens do Dia Internacional da Mulher nos levam a diversos eventos. Em 1917, nos Estados Unidos, 15 mil mulheres organizaram uma passeata de proporções gigantescas, a fim de reivindicar melhores condições de trabalho - na época, elas chegavam a cumprir jornadas de 16hs diárias, não raramente durante os sete dias da semana. Do outro lado do globo, na Rússia, no dia 8 de março de 1917, de acordo com o calendário gregoriano, as mulheres deram o pontapé inicial para a monstruosa Revolução Russa: operárias marcharam nas ruas contra a fome e a continuidade da Primeira Guerra Mundial. Após a vitória bolchevique, o dia foi escolhido para celebrar a "mulher heroica e trabalhadora".

Mulheres na Revolução Russa

A oficialização a nível mundial só chegou em 1975, quando a ONU escolheu o dia 8 de março para institucionalizar o Dia da Mulher. Embora esses eventos completem décadas, a história não mudou muito: "Já faz mais de cem anos que isso foi levantado e é bom a gente continuar reclamando, porque os problemas persistem. Historicamente, isso é fundamental.", conta Eva Blay à BBC Brasil, uma das pioneiras nos estudos sobre os direitos das mulheres no país.

Em pesquisa recente com homens e mulheres, sabe-se que no Brasil a violência sexual é o maior problema enfrentado pelas mulheres, seguido pelo assédio e pela violência física. No país, 31% das mulheres já foram agredidas por um companheiro e, dentro desse número, 68% afirmam não denunciar o agressor por medo. Enquanto isso, uma entre cada duas mulheres é morta, contabilizando 43.500 só na última década, e 39% das mulheres entre 12 e 17 anos já foram assediadas, segundo o Datafolha.

O Dia Internacional da Mulher existe para nos relembrar de que conquistamos muitas coisas, mas o caminho ainda é longo: milhões de mulheres em todo o mundo ainda não têm o direito de estudar, de votar e de trabalhar. Meninas de todas as idades ainda são forçadas a se casarem e são violentadas diariamente. A mulher, tal como nos séculos passados, ainda não tem direito ao mínimo de dignidade e igualdade.

O dia 8 de março é dia de luta. Não nos deem flores ou chocolate. Não nos parabenizem. Isso jamais nos bastou.  Escrevam sobre mulheres, falem sobre elas, as enalteçam. Nos paguem pelo trabalho que fazemos.

E às companheiras, sigamos juntas! A luta continua.


Nenhum comentário

Postar um comentário

© O Articulista • Theme by Maira G.